Os novos materiais para a Implantodontia
Nos últimos anos observamos o desenvolvimento de novos materiais protéticos para a implantodontia que possuem propriedades mecânicas intrínsecas, características estéticas diferentes e que por consequência fornecem novas alternativas de indicações clínicas.
A escolha de materiais protéticos na Implantodontia
Por Dr. Roberto Markarian – Pós Doutor em Implantodontia e Mestre em Prótese Dentária
Em casos de reabilitações totais sobre implantes ainda é comum observar profissionais utilizando a resina acrílica ou resinas foto ativadas com o principal argumento de que a porcelana é mais pesada e por isso incidiria mais força sobre os implantes principalmente em casos onde a cicatrização é inicial.
Esse tema foi alvo de minha pesquisa de Mestrado, onde testamos materiais com diferentes níveis de rigidez e analisamos a transmissão de forças a um implante unitário.
O resultado foi que, mesmo se houvesse na parte protética um material experimental de baixíssima rigidez como um elastômero, ou um material de alta rigidez como um metal, a força transmitida ao implante seria idêntica.
O resultado prático desta pesquisa é que cada um dos materiais dentários tem vantagens e desvantagens, que os tornam dessa maneira mais apropriados para determinados casos.
O balanço de propriedades intrínsecas deve ser ponderado para selecionar o material de nossas próteses, tais como resistência ao desgaste, dureza, ductibilidade, facilidade de reparos bem como a aparência estética.
A zircônia é atualmente um dos melhores materiais para prótese dentária
A zircônia em minha opinião é um material fantástico que veio a nos trazer novas possibilidades pela alta biocompatibilidade, coloração favorável para utilização versátil em diversos tipos de casos desde copings unitários, implante total da arcada, estruturas para prótese parcial fixa, estruturas simples ou então complexas sobre implantes.
Na Clínica ImplArt, onde sou coordenador, utilizamos a zircônia desde 2008, com um grande número de casos desenvolvidos. O retrospecto é sobretudo de grande sucesso clínico não apenas na estética, como também na satisfação de pacientes (baixo retorno por problemas).
Tecnologia avançada na produção e utilização de materiais avançados
Sistemas CAD-CAM permitem que os projetos de nossas reabilitações sejam determinados com refinamentos de oclusão e anatomia. Podemos hoje obter réplicas de provisórios que estejam aprovados pelo paciente diretamente em um material definitivo e altamente estético, como por exemplo o dissilicato de lítio (Emax).
Sistemas artesanais como resinas foto ativadas estão em desuso e, portanto, cada vez mais encontram menos espaço na odontologia moderna. Os protesistas precisam se atualizar e rever conceitos e condutas clínicas que antes de tudo estavam padronizadas.
O aumento no número de materiais disponíveis aumenta ao mesmo tempo a versatilidade e a facilidade na resolução de casos que apresentavam dificuldades anteriormente. Outros fatores que devem ser considerados por exemplo:
- Quais as necessidades e queixas do paciente?
- Qual a demanda estética do paciente?
- Qual o tamanho da prótese final?
- Quantos implantes utilizaremos?
- A prótese é provisória ou definitiva?
- A prótese terá estrutura metálica (ferro)?
- Qual o material da prótese: resina, dissilicato de lítio (Emax), zircônia ou metalocerâmica?
- A prótese será feita em sistemas Cad-Cam ou sistemas artesanais em laboratório?
- O custo ou preço é importante ao paciente?
Referencias: BIOMECÂNICA DA TRANSMISSÃO DE CARGAS A IMPLANTES UNITÁRIOS EM FUNÇÃO DOS MATERIAIS PROTÉTICOS – ANÁLISE FOTOELÁSTICA E DINÂMICA. Autor: Roberto Markarian. Tese de Mestrado – FOUSP, 2006. Orientador: Claudio l. Sendyk. Adaptado de texto enviado para publicação a pedido da Revista Implant News 2012.
O texto tem linguagem técnica e portanto voltado para dentistas. Adaptado de texto enviado para publicação a pedido da Revista Implant News 2012.
ImplArt Odontologia
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