O celular pode integrar com o metal na boca? Faz mal à saúde?
Hoje vamos abordar um assunto novo e que é certamente muito interessante. Estamos recebendo com mais frequência solicitações de esclarecimentos e dúvidas de pacientes relacionadas ao uso de implantes dentários metálicos (assim como outros tipos de metais na boca), e a incidência de ondas eletromagnéticas, ondas de celular, radiação, wifi ou ultrassom. Portanto resolvemos colocar uma luz ao caso, apresentando os argumentos e evidências científicas reais, e no final iremos oferecer nossa opinião.
As ondas eletromagnéticas fazem parte da vida moderna
Em nossa rotina estamos submetidos a diferentes tipos de campos eletromagnéticos emitidos continuamente de telefones celulares e torres de telefones celulares (antenas). Também internet sem fio (wifi), ondas de rádio, sinal de televisão (tv), linhas de energia, fiação elétrica doméstica, ou então ultrassom.
Todavia existem teorias que relacionam essas radiações e ondas eletromagnéticas a alguns problemas de saúde graves e efeitos nocivos, incluindo dores de cabeça, fadiga inexplicável e até confusão mental. A emissão dos campos de energia acontecem realmente nos celulares e há estudos científicos a respeito, veja em http://dx.doi.org/10.1088/0031-9155/48/12/301
Especificamente há quem acredite que a radiação do telefone celular seja um fator causador de diversos outros problemas de saúde. Pressão ou formigamento na cabeça, dores de ouvido, problemas oculares, incluindo distorção da visão, perda de memória e cansaço. Queimação na pele, calor no rosto, artrite, problemas no ouvido, depressão bem como alteração mental.
Em casos com um nível maior de exposição a campos eletromagnéticos, também aumentariam os riscos de graves problemas de saúde. Tumores cerebrais, alteração ou danos no DNA, linfoma e alterações na atividade elétrica do cérebro. Esses tipos de efeitos adversos podem ocorrer a qualquer pessoa, mas haveria algumas pessoas mais susceptíveis (eletrossensíveis).
Interação entre os metais do corpo humano e as ondas de celular (e outras radiações)
Entre os fatores que aumentariam o risco de uma pessoa ser afetada por campos eletromagnéticos estaria a presença de metal no corpo. Inclui implantes dentários metálicos, parafusos ortopédicos, hastes ósseas, ou então restaurações de amálgama (prata).
Isto ocorreria pois pelo potencial de interação entre as ondas eletromagnéticas e os metais que funcionariam como uma espécie de “antena” receptora das ondas, só que dentro do seu corpo. Por sua vez a interação entre as radiações invisíveis e os metais no corpo humano poderia favorecer alguns efeitos indesejáveis como:
- Micro aquecimento dos metais nos ossos e dentes
- Pequenas vibrações nas próteses metálicas
- Liberação de íons metálicos no organismo (eventualmente causando lesões ósseas NICO)
- A criação de pequenas descargas de correntes elétricas (corrente galvânica)
- Corrosão e oxidação dos metais (ferrugem), liberando novas substâncias não desejáveis.
Relação específica entre as radiações e a odontologia
Os telefones celulares emitem constantemente radiação eletromagnética chamada radiofrequência (mesmo quando não utilizados), além de ondas de Bluetooth, Wifi (campos eletromagnéticos). Como os telefones celulares são usados muito próximos da cabeça, dessa forma aumentariam a intensidade das radiações no cérebro durante o uso.
No entanto, pacientes eletrossensíveis ou qualquer pessoa que possua implantes dentários metálicos, restaurações de amálgama e / ou próteses dentárias com metal correriam um risco maior.
Eletricidade induzida na boca por interações entre tratamentos dentários
De fato o aparecimento de correntes elétricas na boca quando há diferentes metais é algo já documentado na odontologia. Estas correntes elétricas galvânicas, são transmitidas pela saliva que é rica em sais e íons que podem transmitir a eletricidade, não estão ligadas ao efeito das ondas eletromagnéticas ambientais.
O efeito do galvanismo é parecido com o efeito de uma bateria elétrica (em pequena escala). Se tiver curiosidade leia você mesmo dois estudos científicos (em inglês) comprovados sobre as correntes elétricas galvânicas que podem acontecer na boca:
Ph salivar e correntes elétricas na boca https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/19365345/
Comportamento eletroquímico entre implantes dentários metálicos e próteses dentárias metálicas https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC5793669/
Metais como causadores de eletricidade bucal e sua relação com a saúde
Sabemos então que uma corrente elétrica galvânica ocorre quando a saliva se mistura com obturações de amálgama (metal) ou implantes dentários feitos a partir de liga metálica que podem fazer com que a corrente elétrica oral normal aumente. Os clínicos partidários do não uso de metais dizem que a incidência de ondas pode aumentar ainda mais as correntes elétricas na boca e interferir com o sistema nervoso central e fluxo de energia no cérebro.
Não encontramos estudos científicos que sustentem tal afirmação (até o lançamento deste artigo). Porém encontramos um estudo que não verificou o aumento da temperatura de implantes metálicos ortopédicos submetidos a ondas eletromagnéticas, veja você mesmo.
https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S1877056811002829
O metal na boca pode afetar a imunidade da pessoa?
Os críticos aos metais sugerem que os metais na boca causariam problemas de saúde significativos, como por exemplo dores de cabeça, enxaquecas, tonturas, náuseas etc. A remoção do preenchimento de amálgama, o implante dentário de titânio ou o restauração dentária reduziram alguns problemas imunológicos em pacientes.
Neste estudo, alguns aspectos da imunidade de pacientes foram afetados pela existência de correntes elétricas na boca, que foram reduzidas com a eliminação de metais na boca, confira: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/24522020/
Liberação de metais pesados e tóxicos na boca
Pacientes com restaurações metálicas apresentaram conteúdo significativamente mais alto de metais como mercúrio, estanho, prata, cobre e ouro na saliva do que pacientes sem restaurações metálicas. Após a remoção das restaurações metálicas, o conteúdo de metais na saliva e as correntes galvânicas diminuíram em comparação com os níveis anteriores ao tratamento, leia se quiser o estudo original.
https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/16804514/
Metais também podem atrapalhar em exames de ressonância magnética do crânio pois impedem a visualização de estruturas.
E o implante dentário de titânio, faz mal à saúde?
Os implantes dentários de titânio são amplamente utilizados na odontologia e são tidos como altamente biocompatíveis, com baixo índice de insucessos bem como rejeição. Entretanto há alguns problemas raros com alergias ao titânio, veja neste estudo.
https://onlinelibrary.wiley.com/doi/full/10.1002/osi2.1001
Há quem acredite que seria melhor utilizar implantes cerâmicos, sem metal, para evitar alguns riscos teóricos relacionados ao titânio e sua interação com o corpo humano, com os outros metais eventualmente na boca e com as ondas eletromagnéticas.
De fato, ninguém ainda sabe ao certo quais conseqüências a longo prazo para a saúde os efeitos biológicos induzidos por radiações e sua relação com os metálicos. No entanto há alguns estudos que vale a pena citar. Os metais da boca podem apitar em portas de banco? sim se o volume metálico for grande.
Técnicas para evitar receber muita radiação do celular
Existem pessoas que querem evitar a todo custo a incidência de ondas da rede de celulares, que sugerem usar um telefone celular apenas para fazer chamadas curtas e essenciais, principalmente quando não estiver usando um dispositivo viva-voz. Além disso, poderia ajudar, manter o aparelho celular o mais longe possível do corpo ao transportá-lo ou durante uma chamada.
Qual a solução definitiva para evitar problemas com as ondas eletromagnéticas dos celulares
Os pacientes mais radicais inclusive tem solicitado a troca de restaurações de amálgama por resina, a remoção de implantes dentários metálicos para colocar pinos de implante de zircônia, ou então a remoção de coroas de metalocerâmica por coroas de porcelana pura, a utilização de núcleos de reforço para coroas dentais sem metal.
De fato os implantes cerâmicos são excelentes pois a cerâmica é altamente resistente à corrosão e superior a outros materiais de implantes, como titânio e amálgamas, tanto para durabilidade quanto para estética.
Eles também têm um nível mais alto de biocompatibilidade, portanto não conduzem eletricidade nem frequências radioativas. Muitas vezes substituir todos os trabalhos metálicos da boca por tratamentos sem metal pode ser radical além disso pode ter um valor mais alto.
Portanto seria interessante que pelo menos os novos tratamentos dentais que aparecerem sejam feitos em materiais novos sem os metais.
Conclusões e comentários finais
As evidências científicas relacionando as ondas eletromagnéticas dos celulares e problemas com os metais na boca, não são tão fortes a ponto de que paremos de usar os implantes de metal. Os materiais convencionais são ótimos e tem respaldo da ciência, portanto não se alarme tanto.
Em suma, a ciência avançou bastante e hoje temos materiais excelentes que sem ter metais apresentam ótimo resultado em quesitos importantes como biocompatibilidade, estética, durabilidade. Portanto se toda esta temática em torno de ondas invisíveis, telefones celulares, metais, eletricidade e sua saúde te preocupam nossa sugestão é de que você substitua aos poucos os tratamentos por novos dentes com uma nova filosofia de trabalho, conforme a necessidade de substituição for aparecendo.
Existem materiais eficientes e inertes frente a ação das ondas eletromagnéticas que podem ter estética e durabilidade, entretanto sem efeitos alérgicos ou então magnéticos.
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